Pular para o conteúdo principal

Postagens

Um passeio na história das estatinas

Com o levantamento de hipóteses associando os altos índice de colesterol com doenças cardíacas (uma epidemia crescente no EUA nos anos 50), as pesquisas por formas de diminuir o colesterol foram ganhando destaque, até que alguns anos depois foi descoberto um poderoso inibidor de biossíntese de colesterol, inibidor da enzima HMG-CoA redutase, que interrompe a via biossintética do colesterol.  Akira Endo sintetizou a primeira droga do grupo estatina em 1976, a partir de um fungo, e em questão de 10 anos (período recorde) drogas desse grupo já estavam sendo aprovadas para venda. Nessa grande dança que tem se mostrado a luta entre açúcar ou colesterol, encontramos um grande vilão: a manipulação de resultados e a divulgação selecionada de informação. Para não citar uma variedade de referencias, me contento com falar sobre o Framingham Heart Study. O estudo do coração de Framingham é um estudo de longo prazo envolvendo os residentes da cidade de Framingham, Massachuset...
Postagens recentes

Statin Nation – Os documentários e blog que prometeram dar um fim na farsa da Teoria Lipídica

Esse famoso documentário estourou em 2013 como o túmulo definitivo da hipótese lipídica. Afinal, que hipótese é essa? Ela foi amplamente defendida por Ancel Keys e basicamente correlacionava hipercolesterolemia a doenças de coração, como podemos ver na seguinte postagem: http://estatinass.blogspot.com.br/2017/06/doencas-relacionadas-estatinas-e.html O filme se estrutura por entrevistas, relatos, e antigos vídeos divulgados no assunto, como anúncios públicos e propagandas. A narrativa traça uma linha contínua que, desde seus primeiros minutos, denuncia a grande empresa global que se tornou a venda de produtos e drogas relacionados a abaixar o colesterol. Industria essa reconhecida por ser uma das mais lucrativas da história farmacêutica. Nos 20 anos que duraram a patente da ATORVASTATINA 100 bilhões de dólares em vendas foram gerados, sendo que essa é apenas uma droga das muitas que contém esse grupo. Estima-se que essa industria gera pelo menos 29 bilhões de dólares por ano e c...

Doenças relacionadas a estatinas e colesterol

Todo medicamento no mercado existe com o objetivo de tratar uma doença ou sintoma, consequentemente todo remédio é relacionado a um grupo de doenças ou doença específica, no caso das estatinas, elas estão ligadas as doenças que ocorrem com as variações nos níveis de colesterol. As duas situações que se pode encontrar são, o excesso de colesterol (hipercolesterolemia) e a falta de colesterol (hipocolesterolemia), e apesar de ambas estarem relacionadas com as estatinas, elas não se relacionam da mesma forma com esse medicamento. Primeiramente a hipercolesterolemia, segundo médicos está diretamente ligada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DC’s), e por isso os médicos recomendam estatinas para pessoas com esses níveis elevados, pois as estatinas agem inibindo a produção de colesterol e dessa forma ela preveniria uma possível DC, no entanto os médicos antes de receitarem estatinas tentam fazer essa redução por via de mudanças na alimentação e exercícios físicos, e receitam o ...

Efeitos adversos das estatinas

Quase todo medicamento possui efeitos adversos, mesmo que diminutos, são poucos aqueles que não possuem esses famosos efeitos “colaterais” e as estatinas não são diferentes, e se olharmos bem, seus efeitos podem ser bem severos. No entanto esses efeitos sempre foram considerados menores que os supostos benefícios trazidos por esse medicamento, o que atualmente muitos médicos e estudiosos dizem que não é bem assim. Alguns dos efeitos adversos causados pelas estatinas são: dor muscular, risco aumentado de desenvolver diabetes mellitus, alterações nos resultados de testes de enzimas hepáticas, e em alguns casos mais raros danos musculares. Acredita-se se esses efeitos ocorrem porque as estatinas inibem a produção de CoQ10 que é importantíssima principalmente para as células musculares pois participa da cadeia de carreamento de elétrons. O fato de ela inibir a formação dessa coenzima e causar danos musculares são dois argumentos que mostram como talvez os benefícios das estatinas são co...

Estatinas, inflamação arterial e aterosclerose

As inflamações ocorrem normalmente quando o corpo sofre algum dano ou detecta um estímulo danoso, como uma bactéria ou excesso de alguma biomolécula, por exemplo açúcar, e elas fazem parte do processo de reconstrução dos tecidos do corpo. Para fazer essa reconstrução o corpo utiliza várias biomoléculas, como colágeno e colesterol, que seriam como os “tijolos” para reconstruir o tecido, e é por isso que as inflamações estão diretamente ligadas a aterosclerose e as estatinas, pois quando a artéria se inflama muitas vezes suas paredes vão passar a ficar mais espessas, e isso reduz seu diâmetro interno, outra consequência dessa parede mais espessa é que ela fica mais rígida, o que torna mais difícil sua contratação e relaxamento.      Ao mesmo tempo as estatinas impedem a formação de colesterol que é um dos “tijolos” para cicatrização então o corpo vai ter mais dificuldade para reparar o dano e as artérias podem ficar mais fracas. Abaixo pode-se ver no esquema as rela...

Tratamento de esclerose múltipla com estatinas

         A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória que afeta o sistema nervoso e é desencadeada por uma lesão primária na bainha de mielina, uma capa de tecido adiposo que protege células nervosas ligadas ao sistema nervoso central e que são responsáveis pela comunicação entre o corpo e o cérebro. A etiologia dessa doença não é muito conhecida mas existem indícios de se tratar de uma etiologia autoimune. A (EM) pode se manifestar de forma branda ou drástica, com alguns sintomas ligados a distúrbios sensoriais.     Uma paciente de 34 anos com (EM) iniciou seu acompanhamento no Centro de Estudos Triangulino de Esclerose Múltipla (CETEM) da Universidade Federal de Uberlândia, onde se tratava com interferon-beta 1ª. Após efeitos colaterais ela recusou o tratamento com qualquer medicamento injetável para a doença. Depois de um tempo foi proposto um novo tratamento à base de rosuvastatina (estatina) que comparada à as outras estatinas era a que...

Estatina e a coenzima Q10

            A CoQ10 ou ubiquinona é uma coenzima  presente na maioria das células dos organismos e participa da produção de ATP. Apresenta maior quantidade em órgãos que necessitam de uma grande quantidade de energia como o coração, rins, fígados e cérebro. Apresenta uma função de antioxidante, já que possui uma capacidade de transferir elétrons, e é usada em tratamentos para distúrbios relacionados ao estresse oxidativo como hipertensão, infarto agudo do miocárdio, mal de parkinson entre outras.Esse uso é proibido nos EUA mas utilizado em outros países.    Essa coenzima pode ser obtida através da ingestão de carnes, aves, peixes (que são mais ricos de CoQ10), nozes, soja, vegetais como brócolis e espinafre ( apresentam uma quantidade pequena da coenzima). Também pode ser produzida pelo organismo em duas partes: A partir da tirosina e a partir do acetil-coA, este é sintetizado na síntese do colesterol, via do malevonato. A ubiquinona...